Acabei de escrever um artigo para a J que me obrigou a efectuar alguma pesquisa sobre Ayrton Senna e, como tal, vieram-me recordações do tempo da minha adolescência, no qual, enquanto as minhas amigas idolatravam David Bowie, eu era fixada em Alain Prost! Elas não compreendiam como é que eu, sendo mulher, podia gostar tanto de F1 e daquele baixote, em particular e eu não percebia o que viam, de extraordinário, no cantor...
Na verdade, eu tinha uma obsessão pelo referido piloto. Todas as semanas gastava a minha semanada em revistas e jornais desportivos (incluindo da imprensa italiana, quando o Prost corria pela Ferrari), tinha um album de fotografias e declarações do piloto e um registo que guardava religiosamente numa pasta A5,do seu desempenho em cada corrida (incluía lugar de partida, tempo da melhor volta, lugar conseguido, situações críticas e a minha opinião pessoal sobre a sua postura no Grande Prémio em causa). Como "tinhosa ferranha", detestava o Senna e rasgava tudo quanto eram fotografias dele!
Nunca mais me esqueço o dia em que Prost (acho que foi em Imola) abandonou a prova, em plena volta de aquecimento, por causa da chuva. Para piorar a situação, o Porto perdeu com o Benfica. Bem,...chorei desalmadamente, ao ponto de ser chamada à atenção pelo meu próprio pai...
Também nunca esquecerei o dia em que o meu pai me levou ao Estoril para assistir ao Grande Prémio. Não dormi tranquilamente e tive cólicas dutante os 3 dias (2 de qualificação e 1 de corrida). Levei uma camara de filmar que pesava toneladas (na altura, só existia o sistema Beta) e praticamente só focava as boxes da Ferrari e as imagens do Prost). Como ficou em 3º lugar, consegui grandes planos no pódio...
Quando deixou as corridas, diminui o gosto pela F1. Ainda tentei ser fã de Daimon Hill, mas não era a mesma coisa...
Hoje olho para trás e vejo como amadureci...como foi possível tanta fixação numa coisa que, na realidade, não me era próxima e como isso me alterava o estado de espírito...Mas, sinto saudades e, ao mesmo tempo, gostei de ter crescido.
Mais uma partilha...
Beijocas!
Sabes que mais...vai ser assim até morreres, nunca deixaremos de ser adolescentes quando olharmos para o passado.
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