sexta-feira, 22 de julho de 2005

Memória dos afectos

Não paro de escrever
nesta euforia de me esvair
em busca de todas as palavras que sinto,
das que quero sentir,
de todas,
as que escrevi e destruí porque não acreditei.

Não paro atrás do alento que me dá tento,
e o tempo que me ajuda no evento,
mas vou tentar,
tentar um novo tempo.

Tempo de trocar rumos e aprumos,
tempo onde me encontre e me revele
mesmo que na memória arrepiante dos afectos
neste universo delicioso das palavras
onde no espelho da minha alma
me vejo. e não me sinto tão só.

Ana Pereira

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