Mais de um terço das mulheres portuguesas afirmam ter falta de desejo sexual; 32% têm dificuldade em atingir o orgasmo; outras tantas referem a diminuição da excitação ou da lubrificação; e 34% sentem dor ou desconforto durante a relação sexual. Estas são as quatro principais disfunções sexuais femininas identificadas por um estudo, ontem divulgado, realizado pela Sociedade Portuguesa de Andrologia (SPA) em conjunto com os laboratórios farmacêuticos Pfizer.Naquele que Nuno Monteiro Pereira, presidente da SPA, considera ser "o primeiro grande estudo sobre a prevalência de disfunções sexuais femininas", foram analisados dados referentes a 1250 homens e outras tantas mulheres, com idades entre os 18 e 75 anos. Para concluir que 56% por cento das mulheres referem que "de algum modo" já tiveram um problema sexual."É um número perturbador mas que deve ser visto com atenção", alerta Monteiro Pereira. "Não pode ser lido como epidemia", porque, na verdade, para a maioria estes problemas não alteraram a sua vida sexual. Apenas 19% tiveram problemas de grau moderado ou sério e que podem ser considerados disfunções sexuais.E o que fazem as mulheres para minorar estes problemas? 55% das mulheres consultam um profissional de saúde mas 39% afirmam não fazer nada. O tabu sobre a sexualidade feminina permanece. Quando se lhes pergunta porque é que não consultam um médico, 59% das mulheres dizem acreditar que o problema "vai melhorar por si" e 58% não o consideram relevante para o seu bem estar. Este estudo põe ainda a nu a diferença que existe entre a realidade da sexualidade feminina e aquilo que os homens pensam sobre ela. Exemplo típico 32% das mulheres têm dificuldades no orgasmo mas os homens apenas detectam 24% - ou seja, há pelo menos 8% de orgasmos fingidos, de que os homens nem desconfiam. Outro exemplo: na opinião dos homens a prevalência da dor ou desconforto durante a relação sexual é de 23% (quando na verdade é de 34%). O que prova que, antes de mais, estamos perante um problema de comunicação no casal. Isto apesar de 59% das mulheres conversarem sobre esta questão com o seu parceiro."As diferenças entre homens e mulheres sempre existiram, temos é de procurar maneiras de as atenuar, para que não se tornem disfunções", diz Monteiro Pereira. "A sexualidade da mulher está sobretudo na cabeça. É 80% mental", considera a ginecologista Maria do Céu Santo, que faz parte da equipa coordenadora do estudo. É por isso que grande parte da solução passa pela educação sexual - física e psicológica. Isto é aprender a conhecer e a tratar o corpo e aprender a lidar com as fantasias sexuais. Combater a rotina e manter a arte da sedução no casal são os truques aconselhados por esta especialista.
0 koices:
Enviar um comentário