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O GRANDE JOGO

Os “jogos”, tanto os joguinhos intelectuais como os outros joguinhos todos, podem dar-nos às vezes a sensação de preencher, pelo menos temporariamente, significados de vida.
Mas para além do árbitro oficialmente reconhecido que dá atenção às regras do jogo, premeia e pune o jogo primário pessoal e social, há, se calhar, um árbitro pessoal individual da vida particular de natureza mais profunda. E, se fosse esse o caso, o que diria o árbitro dos árbitros pessoal (se é que ele existe) sobre o significado do meu jogo?
E, se é que esse árbitro existe mesmo, o que é que ele diria se eu teimasse em jogar esse jogo da diferença pessoal para diferenciar a diferença?
E se a diferença da diferença não fosse mais que a tentativa desesperada da afirmação da diferença? - Para poder Ser e afirmar no fim de contas o Ser como Diferença, como meio desesperado para obter atenção e exercer controlo.
E se o árbitro dos árbitros num determinado momento afirmasse que está cansado. Talvez fosse bom.
Talvez ele fosse então directo e dissesse como um construtor civil, um pescador, um operário anónimo:
- Deixa-te de merdices!