"Ouviram-se palmas e na minha cara estava possívelmente estampado o sorriso mais aberto do mundo... Sentia-me leve, por me ter saído bem a falar de "Acompanhar Sofrimentos".
Neste momento sinto-me eternamente grata a quem me deu a oportunidade de falar da dor de quem acompanha dores tão profundas. Que faz promente tudo, desacreditar em tudo, mudar a vida e mesmo a forma de ser...
Custa-me falar disto, sei lá... ainda não descobri a forma correcta de falar com indiferença. Apesar das repetidas vezes que falei do assunto, da mesma forma, ainda não descobri a forma dele não me tocar. Mas desta vez foi diferente! Era a minha grande prova!
Neste momento sinto-me eternamente grata a quem me deu a oportunidade de falar da dor de quem acompanha dores tão profundas. Que faz promente tudo, desacreditar em tudo, mudar a vida e mesmo a forma de ser...
Custa-me falar disto, sei lá... ainda não descobri a forma correcta de falar com indiferença. Apesar das repetidas vezes que falei do assunto, da mesma forma, ainda não descobri a forma dele não me tocar. Mas desta vez foi diferente! Era a minha grande prova!
A minha vez era depois do almoço, e agitação na plateia era enorme, durante toda a manhã pareciam-me distraídos, faladores, desatentos ... e isso deixou-me nervosa! Palpitava-me que se iam distraír ainda mais quando me tivessem que ouvir. E se assim fosse o que é que eu fazia?!
Depois do almoço chegou a minha vez... A sala muito pouco iluminada como eu tinha pedido. Com a aparente naturalidade (só aparente, garanto), com microfone de mão e de um lado para o outro, irrequieta falo de Dor, como se houvesse uma formúla para a evitar, ou para a ultrapassar... Mas como lhes digo que não há, mostro-lhes o ponto de vista de muitos doentes oncológicos que já passaram pelo meu coração... E falo... Deixo-me levar e falo de tudo o que sei, do que sinto, do que vi e do que vivi... Da plateia, daquela plateia que me deixou nervosa, ouvia-se um silêncio de conforto...
Acabei a sessão, sem luz na sala, a ouvir "Sei lá" de Sára Tavares. Quando a luz se acendeu ouvi palmas e vi muitas lágrimas a lavar alguns sorrisos. Depois vieram os abraços, os agradecimentos e para mim a leveza na alma por ter conseguido! Em primeiro, por ter conseguido sossegar a plateia mais agitada que tivera, e em segundo por nunca ter conseguido falar deste tema de forma indiferente...
Eu agradeci: as palmas, as lágrimas e a atenção... e o sorriso, o meu sorriso!"
Depois do almoço chegou a minha vez... A sala muito pouco iluminada como eu tinha pedido. Com a aparente naturalidade (só aparente, garanto), com microfone de mão e de um lado para o outro, irrequieta falo de Dor, como se houvesse uma formúla para a evitar, ou para a ultrapassar... Mas como lhes digo que não há, mostro-lhes o ponto de vista de muitos doentes oncológicos que já passaram pelo meu coração... E falo... Deixo-me levar e falo de tudo o que sei, do que sinto, do que vi e do que vivi... Da plateia, daquela plateia que me deixou nervosa, ouvia-se um silêncio de conforto...
Acabei a sessão, sem luz na sala, a ouvir "Sei lá" de Sára Tavares. Quando a luz se acendeu ouvi palmas e vi muitas lágrimas a lavar alguns sorrisos. Depois vieram os abraços, os agradecimentos e para mim a leveza na alma por ter conseguido! Em primeiro, por ter conseguido sossegar a plateia mais agitada que tivera, e em segundo por nunca ter conseguido falar deste tema de forma indiferente...
Eu agradeci: as palmas, as lágrimas e a atenção... e o sorriso, o meu sorriso!"
By Ana do Blog "Um lugar só meu".
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