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Burros, gaivotas e leões


Conheço pessoas que são como os velhos marinheiros, habituados aos fluxos e refluxos do mar, com a pequena particulariedade de se sentirem infelizes se todas as pessoas não gostarem deles.
Sem desfazer os elogios que lhes é devido, que como se fossem rosas que lhes caem no regaço, possivelmente não estão preparados para ouvir uma crítica mais pertinente ou uma opinião dissonante.
Sabemos que vivemos este tempo novo, que renego, de quase submissão elogiosa a quase tudo e a quase todos. O distanciamento que permitia a crítica e tornava improváveis as hoje abundantes relações de proximidade, desapareceu e predomina a espuma de superficie, e por isso o elogio fácil e generoso.
Onde está a curiosidade, que nos levava a fazer muitas perguntas e quase todas dificeis?
O que está a dar é querer ser protagonista ou celebridade "instantânea" e para isso há que cultivar o elogio e até o auto-elogio fácil mesmo que fútil e bacoco, centralizado na pessoa do "eu".
O que conta para a história, é que cada um faça o seu precurso de acordo com os seus valores. Por isso é que os burros andam com os burros, as gaivotas com as gaivotas e os leões com os leões.