Em recente entrevista ao "Sol", Saramago disse, referindo-se a Santana Lopes, esperar "que se explique às crianças como se chega a primeiro-ministro sendo um imbecil". A sugestão fica ao cuidado do Ministério para uma próxima reforma dos programas do Ensino Básico, e muito poderá contribuir para algumas brilhantes carreiras políticas futuras. Principalmente se as crianças forem ainda esclarecidas sobre como se chega a dirigente das estruturas intermédias dos partidos. O truque, segundo revelou agora ao JN o ex-vice da Câmara do Porto, Paulo Morais, é pôr-se "ao serviço de quem financia a sua vida política e até pessoal". Não sei como se fabrica um dirigente partidário (é produto que consumo pouco), mas sempre me surpreendera, de facto, o modo como tantos imbecis (a expressão de Paulo Morais é "salazaretes"), sem relevância pessoal ou profissional conhecida, florescem nessas estruturas intermédias, daí muitos deles se lançando depois em fulgurantes voos picados sobre a mesa do Orçamento. Afinal é, pelos vistos, fácil (Paulo Morais é um homem "de dentro" e deve saber do que fala), basta talento para comer & calar. Porque, e esta é uma lição de boa educação partidária que se aprende logo nas "jotas", com a boca cheia não se fala (nem se ouve).
in JN de hoje, por M Pina
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