segunda-feira, 12 de novembro de 2007

LÁGRIMA DE PRETA


Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima para analisar

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é de costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio
Água (quase tudo)
e clorecto de sódio.

António Gedeão

1 comentário: