Meus Caros,
a todos um bom Natal. Voltei apenas temporariamente, que a minha estada é na mouraria. Tenho estado super-ocupado, ou melhor, hiper-ocupado, agora que vivemos a era dos Continentes, Jumbos e Feiras Novas.
Voltei, pois para festejar o Natal. Sim o Natal. E eu c' um raio que para cá vim, para este meio tripeiro, quando estou sedeado em Belém, terra que nos meus tempos de menino, das andanças pela cataquese, fugindo à Irmã Teresa e à Irmâ Maria dos Anjos, das Carmelitas dos Pés Descalços, que me obrigavam a rezar o Terço, as Avé -Marias e Padres Nossos, o Acto de Contrição Meu Desus e mais umas tretas em latim que eu nunca consegui decorar, mas que o meu pai sabia de lés-a-lés, terra, dizia, onde nasceu Jesus Cristo, filho da Virgem Maria e de um carpinteiro bonzinho, que só agora sei que era um garanhão.
Bem, deixei Belém para me juntar à família e enviar mensagens de telemóveis aos amigos e também a alguns inimigos, que a gente neste mundo, já sem a cataquese e a Irmã Teresa e a Maria dos Anjos, tem de ser hipócrita e mandar para as malvas os dez mandamentos( não faz mal que a cada falsário e vigarista que retribuo a mensagem de boas festas eu rezo logo 3 AvÉs Marias e um Padre Nosso). É Natal! Pois é, é Natal! Mas que Natal é este, em que muitos vão passá-lo a hotéis (fodendo a vida a quem gostaria de estar com a família e tem de ficar de piquete), que Natal é este em que a tradição deixou de ser o que era?
De volta o Freitas nostálgico! No meu tempo de menino e moço o Natal era outro. Completamente outro. A Ceia, os doces, todo o preparo e a azáfama que davam cabo da minha mãe, mas que ela desempenhava com prazer, tudo o cenário era distinto. Até a missa do galo à meia-noite, que não sei porquê já desapareceu do programa catolicista. Mas o que mais me irrita é o cerimonial das prendas. Antes deixava-mos o pedido em carta em cima do fogão, debaixo da chaminé (só agora dei comigo a perceber que não há mais chaminés), tudo bem escrito, sem erros para o Pai Natal perceber bem a simples e humilde prenda que gostaríamos de ter no sapatinho que ficava toda a noite em cima do fogão e nos levava a dormir depressa, a sonhar com renas e homens de barbas que distribuiam presentes, e mal acordados a correr para a cozinha e , então sim, agarrar nos presentes e sentir que o Mundo era nosso, que Deus ouviu as nossas preces, que valia a pena pedir, rezar e ser fieis a Deus Nosso Senhor!
Hoje, estou com a família e enquanto escrevo para vocês, mulas, estou a ver a distribuição de prendas. Já sem pedidos escritos, já sem deixar para o dia seguinte, apenas uma troca pura simples. Demora pouco. 10 a 15 minutos! E a conversa já é outra. O Natal acabou. Amanhã vai haver um almoço. Os garotos não vão sonhar, não têm por que sonhar. Os presentes do Pai Natal já há muito que os receberam, alguns bem antes da data, que os pais até deixam abrir os embrulhos (Ah, como nós olhavámos para aqueles embrulhos e nem nos atrevíamos a neles tocar!!!) uns dias antes ("não faz mal. eles vão abri-los e vão, e assim não nos chateiam até lá).
Meu querido Pai Natal, já foste, já eras! A minha geração lixou-te! Não soube educar os filhos, não soube preservar a tradição porque lhe dava jeito não ser inquietada. O Natal já não é o que era. É simplesmente um encontro. Sem mística. Sem tradição. Alguma coisa se foi...e sei o quê: foi-se o Natal!!!
2 koices:
caro Tito,
onde escrevo as irmãs Teresa e Maria dos Anjos..obrigava (deve ler-se obrigavam) e onde se lê mensagens de telemoveia a amigos e amigos deve ler-se amigos e inimigos.
Faz a correcção que é uma vergonha por favor. Desculpa, é o Natal no seu melhor!!"!
Deixa lá João, compra uma bicicleta e oferece-a ao primeiro miudo que te aparecer. Aí vais voltar a sentir-re feliz, que era o que sentias no Natal.
caro Tito,
onde escrevo as irmãs Teresa e Maria dos Anjos..obrigava (deve ler-se obrigavam) e onde se lê mensagens de telemoveia a amigos e amigos deve ler-se amigos e inimigos.
Faz a correcção que é uma vergonha por favor. Desculpa, é o Natal no seu melhor!!"!
Deixa lá João, compra uma bicicleta e oferece-a ao primeiro miudo que te aparecer. Aí vais voltar a sentir-re feliz, que era o que sentias no Natal.
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