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Paradigmas

(…) As pessoas estavam calmamente sentadas, lendo jornais, divagando… Era uma cena calma, tranqüila. De repente um homem entrou no vagão com os filhos. As crianças faziam algazarra e se comportavam mal e o clima mudou na hora! O homem sentou e fechou os olhos, aparentemente ignorando a situação.

As crianças corriam de um lado para o outro, atiravam coisas incomodando a todos.
Mesmo assim o homem não fazia nada. Ficou impossível evitar a irritação. Os passageiros não conseguiam acreditar que ele pudesse ser tão insensível!

A certa altura, um passageiro, tentando manter a calma, virou para ele e disse: – Senhor, seus filhos estão perturbando muito. Será que não poderia dar um jeito neles?

O homem olhou e disse calmamente: – Acho que o senhor tem razão. Eu deveria mesmo fazer alguma coisa. Acabamos de sair do hospital, onde a mãe deles morreu há uma hora. Eu não sei o que pensar, e parece que eles também não conseguem lidar com isso.

Podem imaginar o que todos sentiram naquele momento? O paradigma mudou! De repente, todos que estavam ali passaram a ver a situação de um modo diferente. E a irritação ali desapareceu. E os sentimentos de compaixão e solidariedade fluíram. O mundo não mudou, não é?

Mas até você mudou, ao ouvir essas palavras. Mudou de paradigma, e isso causou uma reação diferente. Você e eu nunca vemos a realidade total. Vemos apenas uma parcela dela, que selecionamos, em grande parte inconscientemente. A única prisão real que a gente tem está em cima dos nossos ombros. E cada um tem uma chave-mestra. As coisas não mudam; nós mudamos!

Aldo Novak