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O verdadeiro modo de amar

O sol espreitava radiante por entre as janelas, iluminando todas as divisões daquela que era sua verdadeira casa. O seu âmbito profissional dava-lhes alguns afazeres para aquele dia, mas o estado do tempo insistia em levá-los por outros caminhos… Fugindo de todas preocupações, partiram para outra fuga… uma fuga rejuvenescedora, providenciando um bem-estar que mutuamente desejavam.

Partiram numa viagem sem rumo, onde o principal fim era a satisfação e entrega total a um estado de vida saudável. Percorreram alguns quilómetros até que então encontraram o paraíso que lhes daria o equilíbrio necessário para restabelecer as energias perdidas nos dias anteriores. O mar parecia calmo, e depressa ela correu para sentir o prazer refrescante do mesmo. Mas, em poucos passos, sentiu-o, ali, que exprimia o seu carinho num abraço reconfortante.

Ali ficaram, caminhando serenamente, mas sempre tendo as suas mãos como meio de união, ao encontro daquela brisa revitalizante. De repente, ela direccionou o seu olhar para ele, apenas e só para ele. Apetecia-lhe olhá-lo, apetecia-lhe ver aqueles olhos brilhantes pelos quais se apaixonou de uma forma incrivelmente indescritível. E foi aí que ele a observou, retribuindo o seu olhar e transportando-a.

Num abrir e fechar de olhos via-se junto a ele, envolvidos pela acalmia das ondas, e do sol que insistia em sorrir-lhes. Era como se não existisse mais nada à sua volta, os seus braços davam-lhe a segurança que precisava naquele momento. Não só os braços, como também todas as partes que desde sempre os uniram e se transformaram em barreiras que os protegiam de qualquer obstáculo ao seu singelo sentimento. Apesar de estar em terra, sentia-se como a gaivota que voava livremente, porque também ela se deixou voar na paixão que viram neles nascer.

Quando o sol já se escondia, resolveram regressar. E de novo chegaram ao seu espaço, com um cansaço próprio dos dias escaldantes de Verão, mas completamente providos de uma alegria imensa. Enquanto ele fez questão de arrumar os sacos que tinham levado, ela correu para que o sofá pudesse ser todo seu. Tinha apenas estendido todo o seu corpo, quando sentiu aquele toque inconfundível na sua face, acompanhado de mimos tão carinhosos quanto ele.

Em pouco tempo, deu-lhe lugar para que pudesse acompanhá-la na sua viagem pelo conforto, abraçada pelo aconchego oriundo dele. “Ai” – suspirou. Num suspiro de quem sentia uma felicidade única, depois de um dia de tão boas brincadeiras em conjunto, como se de crianças se tratassem, e onde aquilo que os une falara mais alto, como sempre.

Viu-o quieto, demasiadamente quieto, e foi assim que constatou que tinha sido levado pela viagem do sono. Depressa o acarinhou, amaciando o seu cabelo como ele tanto gostava que ela fizesse. Ficou ali, no consolo de o poder ver adormecido, pois era algo que não perdia nunca a oportunidade de ter consigo quando já viajava por um sonho. Como é bom, como é tão bom sentir aquilo que só o seu coração sabia naquele momento. Tê-lo ali, nos seus braços, poder beijá-lo afectuosamente, ter consigo o homem da sua vida e quem algum dia tivera desejado.

Ali, onde acabou por adormecer e entregar-se ao sonho que ele partilhava, uma realidade tão impossível de ser exprimida por qualquer meio, a não ser o deles, aquilo que conjuntamente viviam e respiravam – o seu verdadeiro modo de amar.

2 koices:

Anónimo disse...

Gostei deste texto..faz-me lembrar os meus tempo de jovem e namorado. Obrigado por isso.

Anónimo disse...

Também gostei do texto ... não me lembra os tempos de jovem mas sim os de hoje.

Anónimo disse...

Gostei deste texto..faz-me lembrar os meus tempo de jovem e namorado. Obrigado por isso.

Anónimo disse...

Também gostei do texto ... não me lembra os tempos de jovem mas sim os de hoje.