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Soneto de Pablo Neruda

Amigos,
Está uma lua quase cheia...
Está uma noite fria...
Nada melhor que um soneto ...
do grande Pablo Neruda.

Com tudo isto...
E também por ser dia 7
deu-me para a nostalgia....



Soneto XVII
Pablo Neruda
Do livro "Cem Sonetos de Amor"


Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.