Passear contigo
Valores
A felicidade em pessoa
Perdoar para ser feliz
Sê testemunha
A verdade
Rig Veda
Click
Respeito, conquista-se...
Cada um que escolha
Provérbio Indio
O mundo ao contrário
Evidências
Mark Twain
Este é o meu xarope
Henry David Thoreau
Somos solitários
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Arouca
Nada de confusões
Peter F Drucker
Porsche GT3 RS
Se bem se recorda quando apresentamos o GT3falamos de extremos… agora falamos de limites.
O novo GT3 RS está no limite do aceitável entre um modelo de competição e os padrões mínimos de conforto da marca e no limite do mau gosto com aquela pintura bicolor... e nas jantes...
Lembramos que o modelo que lhe serve de base já era a versão mais radical atmosférica do 911 que contava com um motor boxer de 3,8 litros com 435cv, que com esta edição passa a debitar 450cv às 7900rpm, o que corresponde a uma potência específica de 118cv por litro.
Escolhas
GALA DO CURRAL DA MULA A 4 OUT 2009
Para pensar
My best friend
Henry Ford
Dança comigo
Beijo bom
Albert Einstein
Está na hora de mudar
Raiva
Conversemos
Conversemos através da alma.
Sorri comigo, como um botão de rosa.
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.
O capital é cego e estúpido
Para viver um grande amor
Quantas...
Férias
O que é pior?
Hoje não me recomendo
Fico fora de combate, como se chegasse ao fim;
Fico abaixo do tapete, afundado num serrim.
Não queiras saber de mim, porque eu estou que não me entendo,
Dança tu que eu fico assim.
Hoje eu não me recomendo.
Rui Veloso e Carlos Tê
Lista de casamento
CASAMENTO NA 4ª IDADE
Aniversário da Clarinha
O sentido das hierarquias
O sentido das hierarquias
É conhecido como escritor, mas foi, principalmente, sobre o que faz como biólogo que Mia Couto falou na entrevista concedida ao diário i e publicada no início da semana que termina. “Quando sais de manhã para o mato qual é a tua rotina de biólogo?” foi a primeira pergunta que a entrevistadora, Laurinda Alves, lhe colocou, dando, assim, o tom a uma conversa que depressa se encheria de crocodilos, elefantes, hipopótamos e leões. “Os animais deixam entrar os homens nos seus territórios?”, quis saber a entrevistadora. “Bem, estive num lugar onde seis pessoas foram comidas por leões em seis meses”, responde o entrevistado.
O diálogo prossegue com a pergunta que se impunha: “Por que é que os atacaram?”; e a resposta não é propriamente inesperada: “Já não tinham mais nada para comer. Este é um sistema determinado pelo homem, que se impõe no espaço, no acesso à água, na delimitação do território e há animais que não aceitam estas fronteiras”. Em Moçambique, acrescenta Mia Couto, não há um único dia em que alguém não seja morto por um animal. O biólogo e escritor refere, depois, a periculosidade dos animais. Os que devem ser mais temidos são os leões. A seguir importa ter cuidado, por esta ordem, com os crocodilos, os elefantes, os hipopótamos e os búfalos.
“Tens medo de ser comido por eles?”, pergunta Laurinda Alves. “Não”, responde Mia Couto que explica que pode sempre acontecer alguma coisa de surpresa. No entanto, diz ser cauteloso sempre que vê um animal. “Não tenho nenhuma reacção nem sou como aquele australiano que ia sempre mexer nos bichos. Eu procuro ser aceite pelo animal”.
O diálogo, sempre muito interessante, prossegue com Mia Couto desvendando alguns segredos do ofício. Questionado sobre a que distância consegue ver se um animal o está a aceitar, o biólogo e escritor explica que “é mais ou menos instintivo mas nós sabemos que há códigos que funcionam. Por exemplo o elefante, que é o mais complicado, comunica sempre connosco. Normalmente manda-nos embora. Abana a cabeça para mostrar que não está a gostar da nossa presença. Há uma fêmea que se destaca da manada e se aproxima para vir ter connosco para nos assustar e se ela faz aquele balanço de orelhas, muito teatral, com a tromba lançada na nossa direcção, o que temos que fazer é fugir”. Mia Couto também foge, claro. “Temos de respeitar sempre a vontade do animal. Quando as orelhas ficam coladas ao corpo e ela recolhe a tromba, então aí já não vale a pena fugir porque já é demasiado tarde, a não ser que estejamos dentro de um carro. Se estivermos a pé, já é muito difícil escapar”.
Não havendo, em Portugal, animais selvagens, a não ser os que vivem mais ou menos domesticados, os biólogos portugueses têm de se dedicar ao estudo de outras faunas, não sendo, talvez, de desdenhar o instrutivo proveito que, para tal, advirá da observação de reuniões como a que, para dar um exemplo actual, serviu, na semana que passou, em Lisboa, para a feitura das listas de candidatos a deputados pelo PSD, agora sujeitas a determinadas obrigações formais, como é o caso da que estabelece a inclusão de uns quantos homens, umas quantas mulheres e uns quantos filhos de presidentes de câmaras municipais.
Haverá quem julgue que não é próprio da Biologia estudar o modo como, para as tais listas, são convidadas a entrar umas pessoas e instadas a sair outras e como, por fim, se hierarquiza quem ficou. Quem assim pensa, desdenhando apetecíveis analogias com a vida selvagem – e não faltam políticos que, como os animais, não apreciam qualquer intromissão nos territórios que dominam –, poderá dizer que os biólogos não reparam em ecossistemas caracterizados pelo saltitar hierárquico de pessoas; da que estava em décimo primeiro lugar que salta para o quinto; da que estava em quarto, mas fica sem lugar; da que estava em terceiro e passa para décimo sétimo; da que não estava em lugar algum e foi para o segundo, etc. O certo é que alguns, todavia, reparam.
É o caso de Henri Laborit, um biólogo que se encarregou de falar de política. No livro Éloge de la fuite (Paris: Robert Laffont, 1976), dedica-lhe um capítulo, nele registando algo que, evidentemente, se pode aplicar a muitos outros (e, às vezes, inesperados) domínios. Diz o cientista, que os cinéfilos conhecerão por ter inspirado e participado no filme, O meu tio da América, realizado por Alain Resnais, que, “quando se compreende que os homens são capazes de se matar uns aos outros para estabelecer a sua dominação ou para a conservar, ficaremos tentados a concluir que a doença mais perigosa para a espécie humana não é nem o cancro, nem as doenças cardiovasculares, como nos tentam fazer acreditar, mas antes o sentido das hierarquias, de todas as hierarquias”. Pensem nisso.
Os dias da semana
Eduardo Jorge Madureira Lopes
O Curral da Mula representado na SIC!
Sobre a Virgula,
Ferrari 458 Itália
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.