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Era uma vez...

Era uma vez uma vez em que esperou a vez para poder dizer a si mesmo que era a sua vez.
E quando chegou a sua vez não teve coragem para enfrentar a vez que lhe cabia.
E ficou à espera da próxima vez.
E quando ela veio já a sua vez tinha passado e perguntou-se a si mesmo se haveria uma próxima vez.
Há sempre uma próxima vez, disse o ancião especialista no estudo das vezes.
A questão é se na próxima vez diz e faz o que quer dizer e fazer quando chegar a sua vez, no momento preciso da sua vez, até mesmo antecipando-se à vez do outro ou no momento exacto da sua vez..
Porque passada a sua vez é tarde demais. Porque, como o ancião diz, há sempre uma próxima vez, mas essa vez, se calhar, já deixou de estar ao seu alcance pelo simples facto do padrão estabelecido que é o de adiar a vez.
E então é bom perguntar-se quantas vezes tenho ainda a oportunidade de aproveitar esta vez?
Com tanta insegurança não seria bom aproveitar a minha vez, aqui e agora?