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AS ROSAS


Quando á noite desfolho e trinco as rosas
é como se prendesse entre os meus dentes
todo o luar das noites transparentes
todo o fulgor das tardes luminosas.

O vento bailador das primaveras
a doçura amarga dos poentes
e a exaltação de todas as esperas.

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
és tu a primavera que eu esperava
a vida multiplicada e brilhante
em que é pleno e perfeito cada instante.

Sophia de Mello Breyner