Gosto de dar entrevistas a mim próprio. Se viram o filme "The Commitments", de Alan Parker, perceberão. Uma das personagens, que reuniu amigos e desconhecidos no sonho de inventar uma banda de sucesso, deitava-se na banheira, com a escova de dentes a fazer de microfone, e imaginava-se numa espécie de "Larry King". Sempre me deram jeito estas entrevistas, sobretudo porque são um exemplo paradigmático da expressão "sonhar acordado". E tenho mesmo de fazê-lo porque recordo rarÃssimos pormenores dos meus sonhos. Além de poupar um dinheirão em psicanálise. Então desde que comecei a trabalhar tornaram-se cada vez mais necessárias estas pausas no quotidiano racional. Dou uma longa volta de carro, estaciono num sÃtio mais ou menos deserto, acendo um cigarro e falo em voz alta comigo próprio.
Hoje, perguntei-me uma série de questões que me deixaram emboscado:
queres escrever? sim. queres representar? sim. queres ter uma banda? sim. queres viver noutro paÃs? sim. queres, um dia, dar aulas? sim. de quê? não sei. desejas casar? sim.
E não achas que já tens boa idade para aprender a dizer que "não" a algumas coisas?
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