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Eutanásia e o valor da Vida


Eutanásia é um assunto que vem recebendo cada vez mais atenção em todo o mundo.
O humanismo secular reconhece valor à vida, mas atribui a essa uma qualidade que é circunstancial. Nesse sentido, a aferição subjectiva da qualidade de vida é determinante no julgamento se esta vida deve ser terminada ou não.
A visão bíblica apresenta o valor da vida, como uma questão inerente ao facto de que ela é um dom de Deus. A própria criação da vida humana representa o ápice do trabalho criativo de Deus (Gn 1.26) e é chamado na Bíblia como sendo a “coroa da Criação”. Como o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus o seu valor não se desvanece.
A visão humanista identifica sofrimento como sendo um fator que diminui essa “qualidade” de vida, chegando a legitimar o término dessa, quer voluntariamente, quer pelo arbítrio ou determinação de outro, como, por exemplo, a de um parente próximo.
A visão bíblica, além de atribuir valor intrínseco à vida, e não circunstancial, possui outra visão do sofrimento. Ela reconhece que sofrimento não é algo desejável e pode diminuir o nosso desfrutar imediato desta vida. Nesse sentido, paradoxalmente, em vez de retirar qualidade da vida, pode adicionar qualidade real.

Ou seja, a ausência de felicidade aparente e temporal não diminui a qualidade de vida e não nos dá nenhuma prerrogativa sobre a decisão de vida ou morte, nossa e de outros, como defendem os proponentes da eutanásia.

Os cuidados paliativos, os excesso de meios desproporcionados nos tratamentos, o sofrimento de quem sofre, merece um debate profundo e sobretudo uma tomada de consciência, para podermos contribuir para um mundo melhor.