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Loucos e Santos


Escolho os meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e que aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.

Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri connosco, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade tolice, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

3 koices:

Tito disse...

Estás no teu melhor registo. Gostei. Um abraço

Tito disse...

Estás no teu melhor registo. Gostei. Um abraço

Mena disse...

Bravo, Renato. Gostei muito.

Tito disse...

Estás no teu melhor registo. Gostei. Um abraço

Tito disse...

Estás no teu melhor registo. Gostei. Um abraço

Mena disse...

Bravo, Renato. Gostei muito.