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Os primeiros passos.

Deste-me tu, os meus primeiros passos.
Deste-os mal, para que os meus fossem correctos.
Caminhas-te torto, curvado, deste passos cambaleantes, foste tropego na arte de andar, quando o sabias fazer perfeitamente bem, para que eu correctamente pudesse andar...
Ri-me de ti.

Ria-me de ti porque te via vergado de mão dada a mim.
Porque me oferecias
Porque me davas sem eu pedir
Porque te irritavas a cada falhanço meu
Porque me motivavas na descrença
Porque eras tu... grande, a oferecer
Porque me ensinavas os primeiros passos

Não entendia o porquê
Nem sequer o porquê do porquê
Não percebia e ria-me
A bandeiras despregadas...como os tolos

Caminho, agora entendo
Agradeço em surdina porque não te consigo dar a mão e entendo, ou pelo menos, julgo, entender tanta crença, tamanha bondade.
Que enorme presença a tua

Foram alicerces valiosos, verdadeiros, sinceros
Tenho bases concretas, sólidas e eficazes
Entendo, percebo e questiono
Estudo o movimento

Quem dá isto nunca recebe mais, somente comtempla e mira o que criou
Chora por saber tanto
Sofre por querer dar mais
É abalado por implosões emocionais, fervilha em demoníacos estados de espírito e cansa-se sem nunca sair do sítio
Estouvado regala-se com os passos que deu
Passos que são meus e...iguais aos teus


Obrigado


Néné