Fui questionado hoje "Para ti, o que é conhecer uma pessoa?". Engasguei. Quis responder mas nada saiu. Acredito que sei a resposta, ou até hoje achava que assim era. À parte o detalhe de nunca ter pensado na pergunta...
Não se mede, nem é palpável. Não tem unidades, sequer limites.
Na sua totalidade, é utopia.
Não se define e apenas se sente?
Começa sem darmos por isso e continua porque passa a ser parte de nós.
Não acaba. Actualiza-se, renova-se, corrige-se e acentua-se.
É mutável mas não existe. É inalcançável.
É um conjunto de camadas, que se acumulam, que se descobrem, que se anulam.
É um ponto de vista. Uma interpretação. Uma captação. Uma necessidade. É a prova de um contacto.
É interesse. É partilha e vontade. É desejo. É um sentido, uma razão. Uma escolha. É uma obra feita por nós, à imagem do que vemos ou do que queremos. É a mistura de ambos.
É dar e receber. É deixar.
Uma entrada num labirinto. É um perder para sempre achar. É coragem.
É novidade. É curiosidade.
É confiar. Esperar. Aceitar. É uma procura.
É sobretudo uma aventura (e um romance, um mistério, uma comédia; ficção?!).
É uma caixa de surpresas.
Voltando a perguntar, "Para ti, o que é conhecer uma pessoa?". Acabei por dizer "É prestar atenção e poder surpreendê-la".
0 koices:
Enviar um comentário