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Quererei mais da vida do que ela quererá de mim.

Cobrir o peito de rosas, afagar os sentidos com essências de perfume, não bastará para afugentar o suplício da loucura. Existem momentos em que sabe bem mentir. Na perversão o vício de se pensar que somos intocáveis. A queda poderá ser fatal. Lanço a mão à fogueira. Na acobreada dúvida entre o bem e o mal, vive-se contido e ansioso, oferecendo ao escuro, a pequena chama que nos resta.

A tarde desce na suavidade de quem contempla. O frio veste-se para sair à rua. Dá um último retoque ao cabelo e vem. O olhar prende-se no vazio.

Se ao menos o silêncio fosse total, o corpo não se gastaria tanto em cada voo. Os ruídos perpetuam-se à escrita. Perturbam e avançam possessos. Gasto a carne em cada vez que me transmudo. O cansaço crava-me os pés à terra.