"Eu caio de bossa
eu sou quem eu sou
eu saio da fossa
xingando em nagô
você que ouve e não fala
você que olha e não vê
eu vou lhe dar uma pala
voce vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabulete
você que lê e não sabe
você que reza e não crê
você que entra e não cabe
você vai ter que viver...
na tonga da mironga do kabulete
você que fuma e não traga
e que não paga pra ver
vou lhe rogar uma praga
eu vou é mandar você...
pra tonga da mironga do kabulete"
Por incrÃvel que pareça, não foi o Rui Reininho que escreveu este poema. foi mesmo Vinicius de Moraes, e que posteriormente foi musicada por Toquinho.
Existe uma história muito engraçada relacionada com este poema.
Nos anos 60, houve um professor universitário português (suspeito que tenha sido Óscar Lopes) que quis ir ao Brasil conhecer pessoalmente Vinicius de Moraes, porque considerava este como o melhor sonetista de lÃngua portuguesa do Séc. XX.
O professor chegou à República Livre de Ipanema, e achou que iria encontrar um distinto senhor, do tipo embaixador-poeta. Quando chegou a casa de Vinicius, encontrou-o deitado na banheira com uma brutal ressaca, uma coisa do género poeta-boémio. Todas as respostas que Vinicius fazia ás perguntas do português: "a tonga da mironga do kabulete"*
*"a tonga da mironga do kabulete" não quer dizer rigorosamente nada, mas ao mesmo tempo pode querer dizer tudo, ou então qualquer coisa. É dificil explicar qual seria o correspondente usado em Portugal. Seria qualquer coisa como: "Vai-te foder!", que utilizamos por tudo e por nada...
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