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Mensagem de Amesterdão

Estou neste momento na Holanda cercado de pessoas, livros, coisas holandesas. Um céu holandês, mulheres independentes, firmes, enigmáticas, sabedoras, uns olhos fixos no destino em cima dos milhões de bicicletas ao longo dos canais.
Um mundo eficiente, um mundo de serviço e informação, respeito pelo cliente, amizade. Uma paisagem quadrada, sobre controle e vacas, muitas vacas (fora de Amesterdão) e flores e túlipas, muitas túlipas, verdadeiras, de plástico, de madeira, de cerâmica...

E, em minha casa, a cinco minutos do bairro vermelho e do palácio da rainha, a três minutos da sinagoga portuguesa e a dois minutos da casa de Rembrant, a um minuto do bairro chinês e do mercado da pulga, no meio de livros de filosofia, psicologia, sociologia, anedotas, sabedorias, charadas, romances, poemas, entre o grande mundos dos antiquários de bairro, mesmo ao lado da biblioteca, a casa Pinto,etc., a dois dias do grande dia da Holanda, o Grande Dia da Rainha (Mãe), a quatro minutos do Grande Centro, em frente ao palácio no centro da cidade, o DAM, ao lado do museu das imagens de cera - a grande feira popular que todos os anos volta,
nos terraços repletos, música a cada esquina logo ao sair da Estação Central dos combóios,
com um festival alternativo a dois minutos da porta, a música dos marinheiros, ou a canção do amor e da desgraça semelhante ao fado, ou comer uma piza na roda da fortuna, isto é tudo... indescritível. Amesterdão, para mim a mais atraente, a mais amada, a mais enternecedora, a mais ousada, a mais fantástica cidade do mundo... para não falar da adolescente de cabelos azuis ao vento em cima da bicicleta côr de arco iris, ou do veterano carregado de emblemas ou do ciclista que leva consigo um jardim atrelado com flores verdadeiras, pântanos de invenção ou lagos de fazer invejar os senhores da terra... tudo isto é... Amesterdão...
Tudo isto visto da minha janela em Amesterdão, no terceiro andar do que foi um dia o bairro judaico, o bairro chinês, o bairro da droga e que é para mim neste momento o lugar onde quando criança eu queria estar. Em minha casa, em Amesterdão. Não vos convidaria, em minha casa em Amesterdão onde eu me sinto tão bem. Não imaginam... porque é aqui... uma completa anarquia.