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O melro

O melro telefonou-me. Não me apeteceu atender-lhe o telefone. Ele insistiu. Eu também. O que se depreende, é que está instalada uma birra. Eu admito falar com ele, pessoalmente, ele concebe que falando comigo ao telefone me defronta com as armas dele. Eu quero ver os olhos dele, quando ele falar comigo, ele só me quer dar a sua voz. Não há xeque-mate, não há vencedores, ambos saem a perder, mas nenhum se importa com isso, porque a voz interior de cada um os deixa numa trincheira sem fim.
E o melro sou eu?