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O stress que leva à loucura!

Por motivos de força maior tenho vindo a efectuar diariamente viagens em transportes públicos, especifique-se, comboio, para a cidade do Porto. É curioso como, à medida que nos aproximamos da metrópole, os níveis de insanidade mental das pessoas vai sendo mais notório.
A meio do percurso (mais ou menos, Valadares), entra sempre um "orador frustrado" que decide começar a falar alto e sozinho pelos corredores, ora dizendo mal da vida, ora insultando os políticos...(a minha falecida avó já dizia "Pobres são os de juízo!"). Depois, em Gaia entra normalmente uma senhora obesa rodeada de meia dúzia de fedelhos imundos que, entre "lambuzadelas de ranho", abrem os pulmões e berram por comida ou colo . Na estação de Campanhã vê-se de tudo: violência física entre marido e mulher e ressacados de quatro no chão. Saindo de S. Bento, é o caos: os autocarros parecem ter perdido os travões e aceleram se vêem um traseunte a infringir um vermelho; as pessoas não caminham, correm cheias de sacos nas mãos, chegando a chocar com outras e, até chegar à Ordem do Carmo (que é mesmo lá ao pé), ainda podemos assistir a uma verdadeira cena de peixeirada entre duas mulheres que se insultam à boa maneira portuense e que só não sei se resultou em pancadaria porque aí sim, eu decidi acelerar o passo para chegar aos meu destino.
Depois de passar pelo mesmo percurso, mas no sentido inverso, e a assistir a cenas do género, só me apetece chegar a casa e respirar de alívio e, quando o comboio pára em Espinho, sinto logo uma energia diferente, mais pura e menos insana...
Chamem-me "menina da aldeia", rural ou o que quiserem, mas seria incapaz de viver sem o meu mar, a minha esplanada e alguma tranquilidade humana que esta cidade me proporciona!
Beijocas!