Lembro-me na minha adolescência ter um amigo de quem gostava muito, chamado Luis. Lembro-me das patuscadas que faziamos, e de passarmos as noites de verão, sentados nas guias dos passeios na berma da estrada a conversar, até que um dia tendo que acompanhar os pais foi para Moçambique.
Nunca mais o vi, mas senti sempre que foi um bocado de mim que ele levou. Entretanto passaram 40 anos. A semana passada por interposto amigo puseram-me á fala com ele por telemóvel. Estava radicado na África do Sul. Fiquei triste quando ele disse que já não se lembrava de mim. Eu se o vir também não o reconhecerei, mas agora tambem já não me interessa conhece-lo, porque aquele de quem eu gosto, continua dentro de mim e é assim que eu o quero conservar.
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