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LÁGRIMA DE PRETA


Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima para analisar

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é de costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio
Água (quase tudo)
e clorecto de sódio.

António Gedeão

1 koices:

Tito disse...

Nunca me canso deste poema...é lindo lindo lindo

Tito disse...

Nunca me canso deste poema...é lindo lindo lindo