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Eu sou um passarinho


Rafal Olbinski

Vêm de um céu antigo, um céu talvez de ficção. Vejo-as chegar,vejo-as partir. São aves de passagem, não lhes sei o nome. Têm como eu pouca realidade. Seguem a direcção do vento,rumo a sul, chamadas pela cal ardendo sobre o mar. É difícil, a nostalgia; naturalmente mais difícil quando o tempo fere o nosso olhar e o priva do que fora mais seu: a nudez musical da luz primeira. Mas de que falo eu, se não forem aves?
O Sal da Língua
Eugénio de Andrade