Finalmente o melro voltou e só hoje descobri qual o principal “leit motiv” dele. Veio passar o S. João. Quem diria. Chegou e sentou-se por um longo período, até que se abeirou de mim fitando-me longamente e afiando o seu bico amarelo no ramo da árvore onde se costuma encavalitar. Passados poucos minutos chegou companhia, mas em contraponto com ele. Ele, luzidio vestido completamente de negro, impecavelmente vestido. Ela de penugem russa, parecia queimado do sol. Pensei :- é um melro de alterne. Tem todo o aspecto de ser melro da noite. Rapidamente vi que não tinham nada a ver um com o outro. Nunca me passou pela cabeça que ele me pudesse trair. Por vezes parece que baixa os braços, cansado de lutar, mas regressa sempre e continua com a mesma determinação. Quando fomos importantes para alguém no fundo esperamos que ninguém seja melhor de que nós fomos, apesar de queremos que cada um reconstitua a sua vida. É a vaidade que toma conta de nós. Todos nós gostamos e achamos bonitos ser Deus. Mas voltemos ao melro. Gostei de o rever, especialmente porque quando acontecem os solestícios de verão ganha-se sempre dia à noite e isso dá-me a possibilidade de ver quem gosto, mais tempo. Gosto da tua companhia, por isso logo não te esqueças, lá nos encontraremos na noite do S. João. Combinado?
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