Não sei se no Curral há penalizações para quem está muito tempo ausente na participação activa do nosso bloque. Sou um caloiro nestas coisas porque a vida anda muito preenchida na procura de algo que...acontecerá. Mas penso que não, aqui vive-se em democracia, ainda que musculada pela omnipresença do Presidente. De qualquer modo, para fazer render o peixe ( é que ele está caro e bem caro) hoje vou levantar aqui uma discussão, para a qual desde já agradeço uma participação ampla. É que este blogue é o melhor do mundo. É sério, muito sério, mas ao mesmo tempo é cenário cómico, consegue até o feito raro de ser transversal e atingir os mais diversos temas. Por isso estamos aqui, porque somos os melhores, pelo menos tão bons como os outros, e somos capazes de fazer história!
E é mesmo de história que eu vos quero falar( e pôr a pensar)! Até porque estou a fazer um trabalho de investigação e quem sabe, todos vós, não darão uma contribuição para umas décimas a mais na classificação da bolonhesa cadeira que tem a ver com o Poder Público mas que no seu conceito de Nação e nacionalidade vai à nossa história fazer cronologia. E aí é que eu introduzi ( reparem bem introduzi, não disse meti, porque se há aí algum brasileiro vai pensar noutra coisa, o verbo meter para eles é muito similar ao nosso enfiar) a achega que mais à frente colocarei aqui a vossa acolorada discussão (
se o meu mestre me apanhasse a escrever acolorada discussão estaria tramado, ainda bem que ele não deve ler isto, porque qualquer discussão é acolorada ou já viram alguma discussão ao ritmo da morna, por exemplo? ou violento incêndio como se um incêndio não fosse na sua essência violento). Já me estou a dispersar e a parecer o eterno homem de Cuba ( também falaremos um dia do nome Cuba e de Cristovão Colombo), o Fidel...
Então é assim:
Lembram-se do nosso enorme Afonso Henriques, o nosso Rei, que tinha uma espada que só ele podia com ela, homenzarrão, que criou este cantinho expulsando mouros e batendo na mãe?Exctamente esse. O numero 1, o primeiro, o Conquistador. Aquele que não cumpriu a palavra com o Rei de Leão e Castela e obrigou o pobre Egas Moniz, seu aio, a colocar a corda ao pescoço para cumprir em consciência o erro do seu senhor? Aquele que em Ourique ouviu Jesus Cristo antes da batalha e com isso partiu para cima dos espanhóis como gato ao bofe?(Olha!...Bofe, aqui está uma coisa que eu ouvia em pequeno e se comia com massa da grossa, coisa horrível, e que muitos adoravam, e hoje desapareceu talvez devida às loucas vacas. É o que eu digo, as vacas parecem santas, mas são umas grandes loucas e tudo arrasam quando querem. Fujam das vacas!...)Pois corre já há tempos uma outra versão acerca do Rei, versão essa que muitos não querem sequer ouvir, como se fosse mais verosímil a estória da Padeira de Aljubarrota, que nos enfiaram( desculpem, meteram, melhor, introduziram no cérebro) na escola primária, como se fosse possível uma padeira de pá na mão ganhar uma batalha...( a menos que se tratasse de um confronto de gays já então a discutir o casamento e ao verem uma velha de pá na mão, entre ais e uis sibilinosamente soltos desatassem a dar às de diogo...).
Voltando ao Rei, a tese que se defende( e foi o problema que levantei) é esta:
1. Afonso Henriques, também conhecido por Afonsinho, filho de Dona Teresa, era um enfesado, a roçar a deficiência física, perna quebrada, ossos fracos, tudo atributos que não davam com um futuro Rei .2. Afonso Henriques foi levado para o Concelho de Viseu, ali para os lados de Resende, onde foi acolhido por uma numerosa família, cujo pobre patriarca de seu nome Egas Moniz, o recebeu e deu em troca um dos seus pujantes filhos para o substituir na nobre e santa missão missão que lhe estava confiada.A partir daqui desenvolve-se a teoria de que quando Egas Moniz foi ao Rei castelhano pedir perdão, fê-lo por causa do bandido e travesso seu filho que não cumpria a palavra dada ao contrário do que aprendera na sua humilde casa. Ao mesmo tempo se entende por que motivo Afonso Henriques guerreou com Dona Teresa: não era seu filho, não havia laços sentimentais e de sangue a uni-los.Mas há mais. Como sabem, Afonso Henriques inicialmente ostentou o título de Duque e sá após a Batalha de Ourique (1139) se autodenominou Rei de Portugal. Sem o reconhecimento do Mundo da altura, tal como hoje ainda não se reconhecem alguns estados como autónomos e independentes. Mas, antes dessa batalha, o homem conseguiu convencer os que o rodeavam de que falou com Jesus Cristo e isso o ajudou a vencer. O que dizem disto os defensores da tese que aqui vos trago? Pois que tal não passou de mais uma encenação para que anos mais tarde através da Bula Manifestum Probatum, o Papa Alexandre III, finalmente o coroasse Rei.Ainda: recentemente e por causa destas teorias, uma equipa de arqueólogos de Coimbra solicitou autorização para "profanar" o túmulo de Afonso Henriques( no Convento de Santa Cruz) para observar as ossadas, pois se, como dizem, ele em pequeno partira a perna a marca terá de estar lá porque, contam os entendidos, ficam para sempre, para lá da eternidade. Pedida autorização, esta foi dada. Só que , para espanto da equipa, liderada por uma mulher, veio posteriormente uma ordem governamental impedir tal autorização. Estranho, pelo menos...Pois é, aqui chegado muita coisa haveria para dizer se isto fosse ( ou seja) verdade. Em primeiro lugar que seria, nem mais nem menos, uma lusa similitude do Principe e o Pobre de Mark Twin. Depois, olhando para o percurso da nossa história toda ela é feita de épicas vigarices, o que não admiraria e reforça os defensores da tese. Já começamos mal no primeiro Rei.
Olhando também para algumas habilidades da actualidade, ao nível político, desportivo, social, etc, pegando obviamente na tese, temos bem a quem sair, pois não se faz nada de novo que não tivesse sido feito no começo da nacionalidade.(Agora entendo Apitos Dourados, Operações Furacão, Casas Pias, etc. E se a infracção não tivesse já prescrito, por ter ocorrido há quase mil anos, não querem ver que ainda um qualquer Tribunal, ou Conselho de Justiça, ou Freitas do Amaral, nos atirariam para os braços de Espanha a quem roubámos este nosso cantinho?)
A ser verdade, tudo o que se passa actualmente, é nada mais nada menos que um problema congénito. Está-nos na massa do sangue, como diz o povo...
Agora , meu povo ( o Presidente de tanto pensar nem repare nesta tentativa de usurpação) aguardo comentários, notas ( das verdes de preferência, porque me está no sangue), resultados de pesquisas e investigações. Na net não falta alusões a isto. Vamos lá a trabalhar e a participar. Este blogue vai acelerar e quem sabe não vá sair daqui um verdadeiro best-seller...
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