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O "OTOCARRO"

Quem nunca esperou pelo “otocarro” ponha o dedo no ar!
Os segundos parecem minutos, os minutos horas, as horas dias, os dias semanas, (vale a pena continuar!?)
Tento encontrar - no meio de tanta tralha que trago na carteira - o MP3.
Encontro. Está sem pilhas…
Procuro pilhas.
Masco uma chiclete de laranja (gorila, quem não se lembra…).
Os pés reclamam dos saltos altos ao fim de um dia de trabalho.
Sento-me no banco rabiscado da paragem.
“Amo-te Tina” – dizia.
Já lá vão 20 minutos de espera.
Colo sorrateiramente a chiclete debaixo do banco. Não cola!
Tiro um cigarro… Falta o isqueiro. Está algures no meio da tralha da carteira.
Peço lumes.
Numa ultrapassagem “pela direita” um carro apressado passa numa poça de agua, e encharca-me generosamente!
Já estava molhada e já, chove desde manha e odeio guarda-chuvas.
Apercebo-me que a minha chiclete é uma, no meio de infinitas no chão.
Acabam-se as pilhas.
Cedo o lugar a uma idosa carregada de sacos.
Estou inquieta.
Procuro o isqueiro para acender outro cigarro.
Desisto.
Atravesso a rua e vou à tabacaria comprar uma revista.
O sinal está verde, chega o “otocarro”, não consigo atravessar.
Corro, corro, tropeço... não caio.
O motorista apercebe-se e pára.
Estou sôfrega mas agradecida.
Já sentada, depois de seguir 15 minutos de viagem em pé, encosto a cabeça ao vidro e adormeço.
Tranquila no meu sono leve, esqueço os 35 minutos de espera.


Assim é o Amor.

Passamos a vida toda à espera que apareça.
Até ele chegar, vivemos ilusões, surgem os obstáculos, contratempos, azares, vê-mos os outros felizes e a felicidade não bateu ainda à nossa porta.
Pensamos em desistir.
Sofremos… e a espera, desespera.
Ao encontra-lo, lutamos e “corremos” atrás.
Depois de conseguido, relaxamos e esqueçemos tudo o que passamos até ali...
Um dia disseram-me que o Amor, mesmo depois de encontrado, deve ser uma procura constante.
No dia em que deixarmos de “correr” ele escapa-se.

5 koices:

RBarbosa disse...

Concordo que devemos "correr" sempre, mas cuidado aos atacadores desatados :))

Anónimo disse...

Pois, deixando desde já as minhas felicitações pelo texto, podia ser acrescentado no final, uma vez que se trata de "otocarros":
-Mas não faz mal. O amor é como o "otocarro" : vai um e vem outro!

Anónimo disse...

Bem-vinda Lia!
É, ou então, no dia em que pensamos que ele está preso, não é que se escapa das nossas mãos!
É como o peixe escorregadio, quanto mais o agarrarmos, mais depressa ele salta:)

Tito disse...

Como Presidente dou-lhe as boas vindas ao n/ blog. O seu texto, interessante, revela apurado sentido visual e cinestésico. Ficamos a aguardar pelos seus próximos "posts"e desde já fica convidada para a próxima organização que o Curral da Mula, levar a efeito.
PS Assinatura ilegível

Ze Manel disse...

Bem vinda, Lia!!

Tens aqui um pequeno espaço de convivio salutar.. Faço minhas as palavras do Tito..

Parabéns pelo texto, gostei!!

Um xi!!!!

RBarbosa disse...

Concordo que devemos "correr" sempre, mas cuidado aos atacadores desatados :))

Anónimo disse...

Pois, deixando desde já as minhas felicitações pelo texto, podia ser acrescentado no final, uma vez que se trata de "otocarros":
-Mas não faz mal. O amor é como o "otocarro" : vai um e vem outro!

Anónimo disse...

Bem-vinda Lia!
É, ou então, no dia em que pensamos que ele está preso, não é que se escapa das nossas mãos!
É como o peixe escorregadio, quanto mais o agarrarmos, mais depressa ele salta:)

Tito disse...

Como Presidente dou-lhe as boas vindas ao n/ blog. O seu texto, interessante, revela apurado sentido visual e cinestésico. Ficamos a aguardar pelos seus próximos "posts"e desde já fica convidada para a próxima organização que o Curral da Mula, levar a efeito.
PS Assinatura ilegível

Ze Manel disse...

Bem vinda, Lia!!

Tens aqui um pequeno espaço de convivio salutar.. Faço minhas as palavras do Tito..

Parabéns pelo texto, gostei!!

Um xi!!!!