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Na observação da política, que é a arte das relações humanas levada ao extremo

Um amigo madrugador enviou-me esta semana, ainda mal o sol tinha nascido, um sms com o seguinte texto: "Neste dia magnífico, luminoso, acho que todos os bons apreciadores de futebol devem deixar de parte os seus bairrismos e apoiar sem reserva... a Lazio". Ri-me, obviamente. Já ouvi a mesma piada feita por benfiquistas (o meu amigo é dragão, claro) a propósito do FCPorto. Para lá do humor, é uma tentação perceber o grau de franqueza por detrás deste tipo de dichotes. Chego, invariavelmente, à conclusão de que, em boa parte dos casos, não são apenas ironia. Devem mesmo ser levados à letra. Há neles um desejo profundo (mesquinho?) de neutralizar a concorrência. E não é só no futebol. Na observação da política, que é a arte das relações humanas levada ao extremo, aprendi que as maiores inimizades, os maiores golpes, os ódios mais profundos não estão nas relações entre membros de partidos diferentes, estão dentro da própria família política a que cada um pertence.