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LABAREDAS DA FAMA

Ficámos a saber que foi efectuada uma das mais, ou mesmo a mais, cara transferência de um jogador de bola português. Chama-se Cristiano Ronaldo, e, esclareceu o pai desta preciosidade de 18 anos, o "Ronaldo" vem de Ronald, o Reagan. Bonita homenagem! Este jovem nasceu numa localidade do norte do Funchal, começou cedo a mostrar o que valiam as suas pernas junto a uma bola, e emigrou para o Sporting júnior, onde cresceu, até ontem se passar para, salvo erro, o Manchester United britânico. Cristiano muito provavelmente nem se apercebeu ainda dos milhões que vale, nem tão-pouco sabe ainda o que ele a a sua humilde família vão fazer deles. Estas histórias de fama não são inéditas. Outros vieram do Barreiro, do Norte, do Alentejo, enfim, de um País "profundo" onde, se permanecessem, nunca a teriam conhecido. O imaginário futebolístico precisa disto como de pão para a boca. A geração Figo está a chegar ao fim, em termos práticos. O menino Cristiano surgiu, indemne, por entre as labaredas que devastam parte do País de onde, tantos como ele, emergiram noutras alturas. Agora espera-o a labareda da fama que, um dia, como fez aos outros, o consumirá.