Da janela do meu gabinete avisto todos os dias um melro que saltita de ramo em ramo numa árvore mesmo defronte de mim. Não há dia que ele não comunique comigo. Ás vezes pergunta-me porque estou preso. Eu sorrio e digo-lhe: eu sou um viajante solitario no deserto. Eu posso suportar o vento, a sede e o sol. Eu sei para onde e como ir até que o sol se ponha. No deserto, plano e vazio, onde nada é dado, a minha mente esta alerta, vigilante. Eu subi e desci as montanhas onde nasci. Eu sei em que cavernas se esconde a água. As preocupacões sao minhas companheiras, sao como familia e delas nascem as histórias da minha vida. Ao contrario de ti melro. percorres um caminho vazio e sem significado. Na verdade és tu e não eu que está preso.
De qualque forma, até amanhã melro. Também fazes parte da minha vida.
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