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FEITICEIRA


De que noite demorada
Ou de breve manhã
Vieste tu feiticeira
De nuvens deslumbrada
De que sonho feito mar
Ou de que mar não sonhado
Vieste tu feiticeira
Aninhar-te ao meu lado

De que fogo renascido
Ou de que lume apagado
Vieste tu feiticeira
Segredar-me ao ouvido

De que fontes de que águas
De que chão de horizontes
De que nuvens de que fráguas
De que sedes de que montes
De que norte de que lida
De que deserto de monte
Vieste tu feiticeira
Inundar-me de vida.

Luis Represas