"Gritos contra a indiferença" é o seu livro de protesto, uma obra polémica e contundente que reúne artigos publicados e textos de conferências dadas ao longo dos últimos dez anos em seminários, escolas, institutos, fundações, universidades e grupos doutos, civis ou militares.
Fernando Nobre foi administrador dos Médicos Sem Fronteiras na Bélgica e fundador da AMI – Associação Médica Internacional, em Portugal, à qual ainda preside. Participou como cirurgião em mais de duzentas missões de estudo, coordenação e assistência médica humanitária em mais de sessenta países de todos os continentes. Nestes "Gritos contra a Indiferença", Fernando Nobre comunica-nos a sua visão do mundo, a sua revolta e a sua luta por um novo paradigma humano e societário. Da debilidade das democracias à degradação contínua do planeta, das tragédias em curso na Palestina, no Afeganistão e no Iraque ao aniquilamento do Direito Internacional, da possibilidade do confronto atómico ao esmagamento dos Direitos Humanos, Gritos Contra a Indiferença é a denúncia de uma geopolítica do caos e da fome e um apelo a uma Cidadania Global Solidária. "A única razão de ser deste livro, a que prefiro chamar compilação de textos, que espero válida, é a de tentar dar um contributo na discussão e compreensão de alguns dos problemas e desafios que nos preocupam e, quanto a mim, hipotecam o futuro dos nossos filhos", refere o autor. E prossegue. "Como não me inquietar quando vejo a paz global tão ameaçada e os Direitos Humanos tão espezinhados? Como não interpelar quando assisto à degradação contínua do nosso planeta Terra e ao seu esgotamento, provocado por uma ganância louca, sem freio nem nexo? Como não me assustar quando penso nas tragédias em curso na Palestina, no Afeganistão e no Iraque (e em breve no Irão) e assisto ao aniquilamento do Direito Internacional, impotente perante as espúrias situações de Guantánamo e dos voos da CIA até na minha Europa ainda democrática? Como não gritar quando ouço falar como inevitável, e sem retrocesso possível, de um confronto atómico e que penso nos milhões de mortos e de refugiados que um tal apocalipse acarretaria? Como não me questionar sobre o futuro da acção humanitária e os desafios e as perversões que enfrenta? Como não falar convicta e esperançosamente da sociedade civil, do voluntariado activo e dos jovens portadores de uma nova ordem: a Cidadania Global Solidária? Ao fim e ao cabo, é sobre bioética e paz que falo quando grito contra as violações dos Direitos Humanos e apelo a mais sólida solidariedade humana, numa altura em que os terrorismos de todos os quadrantes nos amedrontam e o choque de religiões e civilizações nos amordaçam e nos deixam mais inseguros." Fernando José de La Vieter Ribeiro Nobre nasceu em Luanda em 1951. Em 1964 mudou-se para o Congo e, três anos mais tarde, para Bruxelas, onde estudou e residiu até 1985, altura em que veio para Portugal, país das suas origens paternas. Doutorou-se em Medicina na Universidade Livre de Bruxelas, onde foi assistente, e é especialista em Cirurgia Geral e Urologia. É Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Académico Correspondente da Academia Internacional de Cultura Portuguesa. Foi administrador dos Médicos Sem Fronteiras na Bélgica e fundou em Portugal a AMI – Associação Médica Internacional, à qual ainda preside. Participou como cirurgião em mais de duzentas missões de estudo, coordenação e assistência médica humanitária em cerca de sessenta países de todos os continentes. É membro da Real Sociedade de Cirurgia (Bélgica), da Associação Europeia de Urologia e da Associação Portuguesa de Urologia. Recebeu vários prémios e distinções em Portugal e no estrangeiro, sendo Grande Oficial da Ordem do Mérito. Tem quatro filhos.
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