Invoque seus temores e lhes cante músicas de dormir, para que se percam nos sonhos de outrem.
Convide a sua angústia para caminhar na beira da praia.
Beije sua fraqueza, entrelaçando lascivamente a sua língua na dela.
Toque a valsa vienense para seus rancores empedrados.
Visite, e leve flores, para sua intolerância que definha num asilo.
Tome um café com seu fracasso.
Faça um strip-tease mais que obsceno para seu complexo de decência.
Escancare as portas e janelas da casa da mesquinhez.
Compre um algodão doce para sua covardia.
Acene docemente para a morte.
E quando o vento sopra, engravidando as virginais cortinas brancas, os olhos deles brilham num sorriso quase diabólico.
Deslizam pelo chão de azulejos frios.
E o agora acontece em suspenso com calafrios de eternidade : Um deles compete com o vento.
* Homens feitos de vento
( da Baianíssima Flornoasfalto, no seu blog "Karingana ua Karingana" , que vale a pena visitar ! )
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